Capítulo 2 - Território inimigo

Antonella abraçou o ex-amante com um pouco mais de força ao ouvir a respeito de seu filho. O coração dela apertou um pouco mais ao pensar que não precisou abrir mão da companhia do filho para que o mesmo sobrevivesse. Havia sido uma crueldade, mas agora que Benito falava, parecia que tinha valido a pena. E uma mãe sempre faria tudo por seu filho, por mais que doesse em sua carne.

Os olhos dela se fecharam por um instante e ela repousou a cabeça no ombro dele. Soltou um suspiro enquanto se acalmava, mas ao inspirar novamente, o perfume de Benito trouxe um arrepio ao seu corpo.

Não havia como negar, todo aquele ambiente era bastante nostálgico e ativavam as lembranças mais felizes e prazerosas de sua vida. No entanto, a Romazzini havia construído uma barreira de contenção, para não se deixar levar pelo momento. Havia uma questão muito mais importante em jogo antes que ela cedesse aos seus instintos.

Agora que a verdade viera à tona, contudo, os muros estavam cedendo. E tudo o que ela queria era aquele momento.

Porque uma vida inteira não foi capaz de apagar tudo o que ela sentia por Benito.

Os doze anos de diferença entre os dois não tinham sido um impedimento antes. Agora mesmo é que não seria.


Afastou delicadamente o rosto do dele e o encarou de perto. O nariz roçou na ponta do nariz dele e os olhos se fecharam novamente quando o beijo iniciou. E já começou quente, trazendo uma verdadeira tsunami de emoções. Benito não havia perdido o jeito e Antonella ainda exercia aquele efeito viciante sobre ele. Os dois se abraçaram no meio da praia e, graças à roupa escura que ambos usavam, eles pareciam uma única imagem para quem visse antes.


O beijo tomou o fôlego de ambos, mas eles não queriam parar.

Eram novamente aquele casal apaixonado de anos atrás e Antonella tinha aquele olhar que não precisava de palavras para dizer o que ela queria. Benito deu um meio sorriso e Antonella simplesmente o puxou pelo pulso.

Mesmo que ainda estivessem extasiados pelo desejo, eles conseguiram pegar o carro de Benito e levar até a garagem do apartamento de luxo que ela morava. Ficava logo em frente à praia, mas era melhor que eles fossem discretos. Agora, pelo menos, eles tinham um refugio com a vista que mais gostavam.


O elevador da garagem levava direto até o andar da cobertura duplex. Eles conseguiram se conter graças à câmera de segurança, mas assim que a porta se abriu, Benito colocou Antonella contra a parede e começou a beijar o pescoço dela. Retirou a gola do vestido tomara que caia e ele só não caiu, expondo o tronco dela no corredor, porque Benito a agarrava com força contra si.

Eles cambalearam até o apartamento dela e quando a porta foi batida, eles já estavam eliminando as peças.

Os dois não fizeram questão de escolher o quarto que entrariam. Tudo o que eles desejavam era saciar o desejo contido por anos e anos.

Eles tinham plena consciência que o tempo havia modificado o corpo deles, mas os dois ainda carregavam aquele olhar encantador um para o outro. Aquilo só provava que o que eles tinham não era algo meramente físico ou carnal. Eles realmente se amavam.

E teriam sido imensamente felizes se os planos tivessem dado certo.

Mas tudo o que eles poderiam ter era o momento.

O vigor estava diferente, mas eles estavam muito mais experientes. E a própria Antonella foi capaz de surpreende-lo com algumas ideias novas enquanto literalmente se amavam naquele quarto de hospedes.

Os dois se perderam entre os suspiros e gemidos, apertões e mordidas.

O que eles queriam no fim era apenas sentir que tinham um ao outro. Não havia sido um sonho, até porque, superou todas as expectativas que um sonho poderia trazer. Eles se acomodaram nos braços um do outro e observaram o dia quase amanhecendo.

Antonella fazia carinho no peito de Benito enquanto ele acariciava a linha da coluna dela. Os lençol cobria parcialmente os dois.

Benito voltou o olhar para Antonella e logo ela o encarou também.


Um sorriso apareceu nos lábios deles e eles trocaram um último beijo.